Seguimos até o teatro. Lá estava cheio, com pessoas sentadas
no chão ou escoradas nas paredes.
- Isso é por ordem de chegada? – perguntei.
- Espero que não. – Justin respondeu e permanecemos de pé,
em um canto do teatro.
Eu estava nervosa, ficava mordendo a parte de dentro da
bochecha. Vez ou outra eu encarava as pessoas da enorme fila.
- Justin, por que tá todo mundo com um papel amarelo na mão
e a gente não?
- Não sei, vou ver.
Segundos depois, Justin chegou com o papel amarelo em mãos.
- E então...
- É o número que a gente vai entrar e nossos dados que já
estavam armazenados aí. – disse ele, dando de ombros.
- E qual é o nosso número? – perguntei.
- 531.
- E qual é a apresentação de agora?
- Eu perguntei para a atendente e eu acho que a dez ou a
doze.
Arregalei os olhos.
- Tudo isso?!
- Ninguém disse que seria fácil. – disse e piscou para mim.
- É. Ninguém disse que eu estava inscrita nessa coisa
também.
Ele riu e eu voltei os olhos para a sala repleta de pessoas.
E aliás, para um que saía – chorando ou hiper feliz - , dez entravam. O pior é
que não tinham televisões que mostravam as apresentações de quem entrava, de
modo que tive de adivinhar se a pessoa passou ou não pela expressão de seu
rosto. Pelo menos o prêmio era de 2 milhões de dólares.
E o nervosismo – uma sensação que eu não sentia faz tempo –
ia me dominando aos poucos.
E as pessoas que estavam na enorme fila tinham cara, jeito E
roupa de cantores.
O que me faz lembrar que estou com um moletom do Bob
Esponja.
- Justin, me leva para trocar de roupa? – perguntei.
- Por que Lizzie?
- Olha a roupa do povo e olha a minha. – ele comparou ambas
e me respondeu:
- Eu disse para você se arrumar. – riu pelo nariz.
- Isso é golpe baixo! – protestei. – Vai, Bieber, não custa
nada.
- Que eu saiba gasolina não é de graça. – disse ele.
Eu até falaria que eu pagaria, mas sabe como é, eu estava
dura. Sem grana. Totalmente falida. Mas para falir eu acho que antes tinha que
ter algum dinheiro, o que não é o meu caso. Enfim, cruzei os braços tentando
esconder a roupa mais infantil do século e coloquei a cabeça entre meus
joelhos.
Senti leves cutucões no meu braço e então já me preparei
para rodar a baiana. Eu odeio que me cutuquem pelo facebook, mas garanto que
cutucar ao vivo é MUITO mais irritante.
- O que foi Jus...?! – parei ao ver grandes olhos verdes
olhando para mim.
- Hum. Oi. – disse ele passando a mão pela nuca.
- Oi.
- Tudo bem? – perguntou já se sentando ao meu lado.
- Tudo. – eu sei que eu só estava respondendo por educação,
e que se era para ser educada, eu tinha que perguntar se ele estava bem, mas é
óbvio que o mané estava bem. Ele estava até me cutucando.
- E então, o que você vai fazer?
Não acredito. O cara ficou um milênio pensando em uma
pergunta e ele me faz uma pergunta dessas?
- O mesmo que você. – disse e ele riu. Só eu que não vejo
graça no que eu falo?
- Ta, essa foi uma pergunta idiota. – disse ele me olhando
nos olhos e se aproximando um pouco mais. Pelo visto não é só a pergunta que é
idiota.
Na boa, eu deveria andar com uma placa de “MANTENHA A
DISTÂNCIA” pendurada no pescoço, para ver se assim as pessoas respeitariam
minha zona de privacidade.
- Então a gatinha tem namorado? – perguntou ele.
- A gatinha eu não sei, mas eu tenho. – disse brava vendo
sua reação de surpresa. Me aliviei quando vi Justin vindo com um copo da água
para mim – Né amor? – falei mais alto assim que ele se aproximou.
Ele me olhou confuso e eu fiz sinal com a cabeça para o
senhor olhos verdes e ele entendeu. Eu acho. É só que eu já quebrei tanto galho
para ele que se ele não quebrasse esse para mim a única coisa quebrada seria a
cara dele.
- O que foi Lizzie? – disse ele chegando mais perto e eu
pegando o copo de suas mãos.
- Owwn, você trouxe água para mim? – perguntei com a voz
mais melosa possível e ele fez que sim me entregando o copo de plástico. Juro
que se ele falasse algo do tipo “é, você não pediu?”, eu o mataria.
Nos abraçamos e quando olhei de volta o menino já tinha
saído.
- Ele já foi. – disse
agora no meu tom de voz normal e soltei Justin.
- Porra Lizzie, ninguém nunca te quer, quando aparece um
desesperado você recusa?
- Cala a tua boca. – disse rindo.
- E o que foi aquilo de “owwn, você trouxe água para mim?”?
– perguntou e nós rimos. Realmente água não é uma das coisas mais românticas do
mundo.
- E o garoto te quis com esse moletom velho do Bob Esponja!
– disse ele e eu revirei os olhos.
- Já chega desse assunto. – disse brava.
- O quê? Não quer mais falar por quê? Se arrependeu da
decisão?
- A única coisa que vou me arrepender é de ter vindo aqui se
você não calar essa boca.
Falei e ele emitiu um "uh".
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Não ta dando para comentar, né? Por isso coloquei ali em cima um negócio de "reações". Por favor, assim que lerem, cliquem no que mais se assemelha com o que acharam. Não sei por que carga d'águas eu não consigo colocar aqui no final. :(
Ah, sobre a belieber que comentou no primeiro capítulo, a resposta ta embaixo do seu comentários, ok? Vou arrumar aqui, deixar bem bonitinho e postar com mais frequência.
Beijos,
Audrey.
Ah, sobre a belieber que comentou no primeiro capítulo, a resposta ta embaixo do seu comentários, ok? Vou arrumar aqui, deixar bem bonitinho e postar com mais frequência.
Beijos,
Audrey.